Quando a conheci pessoalmente não a achei a pessoa mais simpática do mundo. Meio fechada, resguardada, talvez calejada de quem se aproximava só por interesse. Já a conheci com o pomposo título de “a blogger mais influente do país”. Mas quem me conhece sabe que isso não me deslumbrava. Descobri, mais tarde, que também não a impressionava. Não tem a arrogância da coroa digital. Mas é preciso conhecer mais do que as selfies do Instagram, ou dos posts irrepreensivelmente escritos com aquele sarcasmo que tanto a caracteriza. É que ela é tão mais do que a Pipoca Mais Doce. TÃO MAIS!
Olhando de fora, tudo teríamos para continuar em lados opostos de barricada. Eu num lado sério, ela num suposto lado leve. Mas quis a vida que nos encontrassemos. E onde? Na faculdade! Num curso onde se misturava gestão e lifestyle (estava escrito estes dois lados encontrarem-se).
Ficámos sentadas ao lado uma da outra à hora do almoço. Meti-me com ela a dizer que tinha trabalhado com algumas pessoas que ela conhecia. Notei-a desconfiada e pensei “ui, temos vedeta”. Larguei-a da mão. No dia seguinte falámos mais um pouco. Foi-se soltando. Eu já estava quase com a franga solta e só dizia palhaçada [o que não é assim tão estanho. Aliás, é uma constante]. Começou ali uma amizade daquelas levezinhas, vá. Mas quis o destino que não se ficasse pelo levezinho. E através dela até conheci outras tantas pessoas espetaculares. Não vou adiantar detalhes do resto porque há coisas que são só nossas, e assim devem ser. Mas a vida também me ensinou que não devemos guardar o que sentimos só para nós. Devemos demonstrar. E apesar dela saber o quanto eu gosto dela, apeteceu-me gritar ao mundo. E já entrei naquela fase em que se me apetece, faço. Ponto!
Não tenho dúvidas que vai ficar espantada ao ler estas linhas. Não faz a menor ideia. Estando grávida, e com as hormonas ao pulos, ou bem que desata a chorar, ou bem que me insulta. Estou preparada para ambos, mas pelo sim pelo não deixa cá ficar aqui de longe porque as hormonas de uma mulher são meio tramadas. A beleza da vida são também as amizades improváveis. As pessoas que entram quando menos esperamos e que fazem morada cativa por cá. Como ela diz: dão aquele quentinho no coração. [Alerta lamechas!]
Aproveitando o rescaldo do babyshower da pequena que vem a caminho, vou deixar um recado para a miúda ler daqui a uns anos: “Querida Beni, deixo-te este quadro de imagens da tia e da mamã para que saibas que mais importante do que o dinheiro [e a tia vai estar cá para ter dar umas dicas] é ter saúde e ser feliz. Ri muito, querida princesa. Que sejas imensamente feliz e que tires a carta logo aos 18 para levares as cotas à Revenge. Beijos, tia Bá!”