Foi a Ana que a trouxe para a minha vida. Confesso (já lhe disse também a ela) que tinha a ideia de ser uma pessoa convencida. Enganei-me! E é tão bom quando nos enganamos assim. Começámos a partilhar escritório e rapidamente fui conhecendo um pouco mais desta mulher dos sete ofícios e mãe de uma catrefada de crianças.
Sempre com uma boa disposição e energia incríveis, a Sónia Morais Santos (aka Dona Cocó na Fralda) é aquela amiga que está sempre lá. Que conforta. Que cuida. Que se preocupa. A Sónia esquece tudo – onde põe as chaves, uma peça de roupa, – menos o que interessa: as pessoas. Aqueles de quem gosta. No fundo, é pragmática. Com marido, 4 filhos e um cão para partilhar a vida diariamente só mesmo com pragmatismo é que se vai lá. Caso contrário enlouquecia, como a própria diz. Sempre admirei como consegue conciliar tudo. Como consegue estar presente.
A Sónia também tem um outro dom: o da escrita! A Sónia escreve com a alma, com o coração. A Sónia é mais do uma jornalista premiada (sim, ganhou prémios enquanto jornalista), a Sónia é uma contadora de histórias. Se não acreditam acompanhem o blog dela e o Instagram onde ela publica todos os dias uma história num minuto. É maravilhoso!
A Sónia tinha também uma relação de amizade muito forte com o Pedro Rolo Duarte, jornalista com o qual também tive o privilégio de trabalhar e que, infelizmente, morreu o ano passado.
Como o DNA, suplemento do DN onde ela e o Pedro trabalharam juntos, fazia 20 anos o ano passado, e o Pedro estava até a reagir aos tratamentos, a Sónia decidiu fazer uma supresa, que ela conta aqui no blog dela.
Mas basicamente em 1997 ela fez uma reportagem com uns miúdos. Agora 20 anos depois queria saber deles. A ideia era fazer uma revista e entregar ao Pedro como presente até de celebração de vida. Na altura em que ela me contou comovi-me com o gesto. Esta generosidade da Sónia enternece-me. Ela sabe (também eu já aprendi que não devemos ficar com nada por dizer!)
Infelizmente não conseguiu ir a tempo de mostrar o trabalho ao Pedro, mas terminou-o em jeito de homenagem. Hoje publicou-o no blog. Enviou-me o link. Sem ela saber correram-me as lágrimas por tudo o que o trabalho significa, e até pelo gesto dela. Li a reportagem com os olhos turvos. Caramba, esta mulher escreve que é obra!
Parabéns querida Sónia. Certamente, o Pedro, onde quer que esteja, está a rebentar de orgulho e a aplaudir-te de pé. Obrigada pela tua generosidade e por partilhares com todos esta revista!