Convencer uma criança a deixar a chucha pode, por vezes, ser um verdadeiro drama. E cá por casa não foi excepção. O pequeno de 4 anos andava muito difícil de convencer. Eu só via o tempo a passar e tentei-o persuadir de todas as formas. Dizia que era coisa de bebé, e que ele já era crescido; que faz os dentes tortos; que qualquer dia ía para a escola dos crescidos e ía ser uma vergonha; que se ele deixasse eu comprava aquele carro de bombeiros que anda a namorar; ou mesmo que o levava a um sítio muito divertido; escondi a chucha mas ele lá descobria e roubava a do irmão de 2 anos. Tentei de tudo! Ele deixava naquele momento e horas mais tarde lá andava ele agarrado à chucha.
Tinha lido há pouco tempo a história de uma mãe que resolveu usar a técnica da tesoura. Deu uma tesourada na chucha às escondidas e quando o filho pôs na boca sentiu uma coisa estranha, olhou e disse: “mãe, esta chucha está estragada”. E a mãe respondeu: “pronto, agora vai para o lixo e já não vou comprar outra. Por isso, acabou”. E pareceu-me uma coisa tão simples. Estava disposta a tentar mas não foi preciso. Tudo mudou neste fim-de-semana. E bastou “terrorismo psicológico alheio”.
Tínhamos ido dar um passeio os quatro, comer um gelado e andar de carrossel. No final, quando íamos para o carro ele pediu-me a chucha. Eu disse que já não podia, que ele já era crescido, blá, blá blá… E ele utilizou a técnica da chantagem emocional (dam it! Estes miúdos são bons nisto).
– “É só um bocadinho mãe. Vá láááá… estou mesmo a precisar. Tu és tão bonita!” (Tudo isto dito a fazer beicinho e com aqueles olhinhos que parece o gatinho do Shrek). Assim:
Qual coração de manteiga. Lá lhe dei a chucha e disse:
– “Mas é só até a casa”
– “Está bem!”, respondeu-me.
Entretanto, estávamos parados na passadeira à espera que o sinal ficasse verde e, confesso, nem tinha reparado num miúdo que estava ao nosso lado com a mãe. E eis que o pequeno – um pouco mais novo que ele – comenta com a mãe mas olhar para o meu filho.
– “Olha parece um bebé com chucha!”
Uiiii, o que aquele miúdo foi dizer. Ele soltou logo furioso:
– “Não sou nada um bebé. Tu é que és!”
– “Olha tem chucha mãe. Tem chucha como os bebés”
– “EU NÃO SOU BEBÉ!!!!”, gritou enquanto tirava a chucha. E é por esta altura que começo a ver que aquilo lhe está mesmo a mexer com o ego. Até podia ser boazinha mas aproveitei a oportunidade para picar mais um pouco (era agora ou nunca”.
– “Estás a ver o que a mãe te disse? Eu não disse para não usares chucha? Agora o menino diz que és um bebé!”
Ele arranca a chucha, entrega-me na mão e diz:
– “Eu não preciso de chucha. Não quero mais ouvir esta conversa”.
Nisto o sinal fica a verde e passamos todos. Depois fomos para a direita e o miúdo e a mãe foram para a esquerda.
Eu ainda piquei mais um pouco e ele pediu colo do pai. Depois fomos no carro a falar de outras coisas (também não era preciso “bater” mais na criança) e quando chegámos a casa foi como se nunca tivesse ouvido falar da chucha. O derradeiro teste era no adormecer.
Pois bem, só vos posso dizer que não pediu chucha. Nada, zero, zerinho! E até hoje nunca mais houve conversa da chucha. Ele diz que já não usa. Finally!!!!!!!! Isto realmente quando mexem com o nosso ego é lixado. Agora já se sente efetivamente crescido. Chucha só para o mano.
E por aí? Há histórias engraçadas com chuchas? Têm alguma técnica para partilhar? É que pode haver uma mãe desesperada a precisar de novas estratégias. Partilhem, por favor! 🙂
Acho que essa técnica não funciona com a minha “viciada em chupeta”
Não aconselho nadaaaa, como vê traumatiza! eu ainda hoje me lembro disso. 🙂 mas o objetivo já está superado!
Ahhhh o piri-piri também me faltou essa técnica. Felizmente já não será precisa 🙂
Sim, claramente o orgulho e ego dele foram feridos. Mas resultou 🙂
eu ainda me lembro quando fiquei sem a minha xuxinha ainda hoje me lembro de a ver no cimo do caixote do lixo e pensar “se a lavar fará mal ir buscá-la???!!!” de salvaguardar que os meus queridos pais lhe tinham posto piripiri momentos antes…
O meu não quer largar a chucha por nada.
Vou tentar a técnica da tesoura mas realmente o que resultava de certeza era o que fizeram ao seu. O meu tem um orgulho gigantesco e não gosta mesmo nada que digam que é bebé.