As taxas Euribor, principal indexante utilizado no crédito à habitação, continuam historicamente baixas. Depois de um período em que a concessão de crédito esteve praticamente parada, aos poucos, começa a sentir-se uma retoma nestes empréstimos. E isso sente-se pelo alívio dos ‘spreads’ (taxa de juro que acresce à taxa de mercado – Euribor – e que, na prática, representa a margem de lucro dos bancos) e também em algumas exigências.
Há já uns meses que vários bancos começaram a apostar em campanhas de crédito à habitação. Mais recentemente algumas instituições financeiras optaram por lançar campanhas de taxa fixa. Ou seja, permitem ao cliente fixar a taxa de juro durante um determinado período. Quando termina é então adotada uma taxa variável acrescida de ‘spread’ (mas que fica logo indicada no início do contrato).
Há já algum tempo que não se viam campanhas de taxa fixa. E porquê? Porque desde final de 2008 (altura em que a taxa Euribor a seis meses superou os 5,4%), as taxas de juro não pararam de cair.
A questão que agora se coloca é: quando vão começar as taxas a subir? No mercado fala-se que tudo dependerá da política adotada pelo Banco Central Europeu (BCE). Mas, para já, não se prevê que haja grandes subidas a curto espaço. E, a existir, serão sempre muito ligeiras. A não ser que haja uma mudança abrupta.
Se, por um lado, a taxa fixa permite-lhe saber que durante um determinado período de tempo a prestação não muda, por outro, pode custar-lhe mais no final do empréstimo. Já a taxa variável oscila em função das subidas e descidas do mercado. Quando a Euribor aumenta, a prestação sobe, quando a taxa de juro cai, paga menos pelo empréstimo.
Se acredita que as taxas vão subir, então fixar a taxa pode ser uma boa opção, caso contrário, é melhor manter-se na variável, porque, se não, estará a pagar um preço muito elevado apenas para a prestação não oscilar.
Para os orçamentos já muito estrangulados, fixar a taxa durante um curto período apenas para arrumar a casa pode ser uma solução. Mas tenha atenção, porque os bancos fixam sempre a taxa acima do valor do mercado.
Nestas coisas da gestão dos orçamentos familiares não existem verdades universais. Cada caso é um caso, e cada pessoa deve fazer a sua análise pessoal.
Deixo-vos aqui as vantagens e desvantagens da taxa variável e taxa fixa
Taxa fixa
Vantagem: não está sujeita à volatilidade do mercado, o que permite alguma proteção de uma eventual subida das taxas de juro. Além disso, o facto de saber sempre que vai pagar o mesmo dá-lhe a possibilidade de elaborar corretamente o orçamento familiar sem surpresas por parte do crédito para a casa.
Desvantagem: não existe qualquer benefício em caso de descida dos juros. Assim, se caírem, estará a pagar mais no conjunto do empréstimo do que pagaria na opção variável. Por norma, a taxa fixa contratada é sempre superior ao valor da variável na data da contratação e não há garantia que a variável supere o valor da fixa.
Taxa variável
Vantagem: permite-lhe acompanhar a evolução do mercado e aproveitar as fases em que a taxa de juro está mais baixa. Por norma, a prestação (no momento de escolha) é mais baixa na taxa variável.
Desvantagem: está sujeita à volatilidade do mercado. Assim, em cada revisão (trimestral, semestral ou anual) a prestação da casa aumenta se a taxa subir, o que pode criar alguma instabilidade.
O importante é que avaliem as várias hipóteses e façam as contas antes de tomar qualquer decisão.
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