“Anda comigo ver os aviões…” Esta poderia ser a música de fundo de uma reportagem de televisão sobre a experiência da primeira classe na Emirates (fica a sugestão para os colegas da SIC apesar de ser meio lamechas). E seria mesmo ver, porque o avião, infelizmente, não descolou.
Pois é, a Emirates Airlines convidou um grupo de jornalistas para ir conhecer o seu luxuoso serviço de primeira classe. Quando recebi o convite resolvi aceitar. Primeiro porque achei que era uma boa oportunidade para desanuviar a cabeça e sair de casa (sim recém-mamãs, há mais vida além do canal Panda e há pessoas lá fora 🙂 ) e também para conhecer um serviço exclusivo em todos os sentidos. Embora já tenha estado no Dubai nunca viajei pela Emirates.
A experiência começou logo em casa. Vieram-me buscar a casa porque o serviço de transfer para o aeroporto é oferecido a todos os clientes de primeira classe.
E lá fui eu até ao aeroporto. Viagem calma, sem nada a registar. Quando cheguei ao aeroporto lá está um grupo ainda simpático de jornalistas. Encontrei colegas de trabalho, o que é sempre bom e divertido (apesar de que sou muito sociável e rapidamente começo a falar com toda a gente).
Estivemos ainda um pouco à espera de algumas pessoas. É que estávamos divididos em grupos e cada grupo tinha um responsável. O meu era a “Santos” (sim, todos tínhamos um cartão com o nosso nome. Perdão, apelido! Ou seja, aqui a “Barroso” esteve à espera da Santos). Senti-me assim na tropa. Não que já tenha estado na tropa mas adiante…
Depois lá fomos para o controlo de bagagem porque, para todos os efeitos, estávamos num aeroporto e a segurança não é para descurar. Nunca se sabe se os reporteres de imagem ou fotografia escondem alguma armada naqueles mega sacos de material.
Ali estava o controlo pelo qual tínhamos de passar. Depois de passarmos deram-nos uns coletes amarelos, isto porque iríamos passar na pista.
Portanto vai uma pessoa toda arrumada (como podem ver no instagram @asdicasdaba) para depois ter de vestir um colete. Por momentos pensei que fosse mudar pneus ou arrumar aviões.
Depois fomos num autocarro até ao avião para conhecer o então famoso serviço de primeira classe.
A acompanhar-nos, além do staff da agência e da ANA (que foram espectaculares), esteve uma hospedeira portuguesa muito simpática. Quando entramos no avião lá estavam as ditas “cápsulas”. Na realidade são suites mas não sei porquê olho para aquilo e parecem “cápsulas do tempo” (é que fecham e uma pessoa fica isolada para o seu sono de beleza).
Todas as suites têm televisão e um espelho com produtos de beleza que faz mesmo lembrar um tocador. De lado um mini bar com várias bebidas frescas e um comando que permite controlar tudo na suite. O reclinar da cadeira (que deita e fica cama), fechar as portas da suite, a “janela” que separa da suite do lado (no caso das que ficam no meio), controlar os canais de televisão, música, internet, telefone. Todas as comodidades que um hotel oferece.
Apeteceu-me por momentos deitar-me numa daquelas camas e dormir (sim, não esquecer das crianças pequenas em casa, que me forçaram a por quase 2 kg de base para as pessoas não confundirem olheiras com eventuais murros nos olhos). Mas apenas com 8 suites e praí uns 20 jornalistas a confusão instalou-se. Todos queriam sentar-se, fotografar, experimentar. E tudo isto com aqueles magníficos coletes. Parecíamos vindos de uma excursão do Inatel ou qualquer coisa do género. Houve colegas a tirarem fotografias de colete. Ora bem, retira algum glamour à coisa. Sentado na primeira classe de colete reflector, um mimo… 🙂
As suites, tal como nos hotéis, podem fechar as portas e ser accionado o modo “não incomodar”. Ora bem, falo muito do meu filho mais velho que está sempre a carregar em tudo o que é botão mas já percebi a quem pode sair. Assim que entrei numa suite, sentei-me e comecei a carregar em tudo o que era botão. Portanto já estava com as pernas quase apontadas para a lua, as costas reclinas, etc… mas não conseguia fechar as portas (eu queria ver o efeito).
Pois bem, o responsável da Emirates em Portugal, David Quito, amavelmente veio mostrar-me como se fazia. E as portas lá fecharam. Na minha cabeça só pensava “oh meu Deus, estou numa suite de primeira classe fechada com o director, o que vão pensar os outros jornalistas?”. Achei por bem gritar “está tudo bem, não se passa nada. Não se ponham a dizer que fiquei fechada com o director”. Risota pegada e antes que aquilo durasse mais, lá abri as portas.
Depois de ter quase “monopolizado” o comissário de bordo e o director com perguntas (sim, tiveram que me interromper) – é esta alma jornaleira de querer saber tudo, inclusivamente as condições de quem trabalha na Emirates (leiam aqui) – lá fui ao cockpit.
Apesar de não fazer parte da visita tive de ir visitar o cockpit. Confesso que sempre me fascinaram os botões (lá está, botões outra vez) e a possibilidade de conduzir um bicho daqueles.
O tempo já era curto e eu, ao contrário de outros colegas, ainda não tinha comido, nem bebido nada (havia alguns que já passeavam de flute de champagne desde que entramos). Ofereceram-me uma tâmaras e um café mas eu queria provar as tapas.
Já só tínhamos 5 minutos porque os passageiros daquele avião iam começar a embarcar. Sim, havia quem fosse viajar naquele dia, mas não eramos nós. Provei as tapas que estavam muito boas. Umas colegas estavam a beber um espumante que convenceu umas mas outras não.
É então que a hospedeira me pergunta: “quer champagne?” Eu depois de ver a cara de algumas colegas respondi: “Não, não. Estou na fase de deixar de dar de mamar e não bebo há muito tempo, deixe estar…” E é então que a hospedeira ergue o braço para ir buscar uma outra garrafa numa prateleira acima, vira-se para mim, sorri ,e pergunta: “Dom Pérignon?”.
E pronto, num golpe “baixo” (no bom sentido, claro), a hospedeira convenceu-me a bebericar um pouco. E eu que há uma semana só penso em Margaritas, Caipirinhas, Vinho e Champagne.
É no momento que vou para provar o Dom Pérignon que chega um senhor do aeroporto e diz que temos de sair. “Não me diga que me vai obrigar a beber champagne de penalti, que sacrilégio)”, retorqui. Ele sorriu e pronto, lá teve de ser (mas não era muito).
Antes de regressarmos ao transfer ainda houve tempo para umas fotos do avião. Soube a pouco a experiência e era capaz de me habituar, sobretudo à parte da cama. É que para quem tem problemas nos joelhos, a ideia de poder me esticar totalmente numa cama durante horas de voo é quase como atingir o Nirvana.
Para quem tenha dinheiro para viajar na primeira classe vale a pena. Pode ser que a Emirates queira levar a Bá e algum leitor amigo a ver os aviões na primeira classe. Era bom, não era? Pode ser que nos “oiçam” 🙂
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Eu quero ir ver os aviões "in loco" e viajar. Vai uma "cunha" … ?